Extra - Brasil busca autossuficiência em fertilizantes

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, declarou, durante a apresentação do Plano Nacional de Fertilizantes na sexta-feira (17), em Brasília, que está comprovado que o Brasil tem jazidas e depósitos para se tornar autossuficiente em fertilizantes. “No caso dos nitrogenados isso pode ocorrer no prazo de cinco anos, nos fosfatados, de seis a oito anos e, no potássio, num prazo máximo de dez anos, afirmou Stephanes.

Segundo o ministro, o governo tomou uma decisão política de que essa é uma questão estratégica, de vulnerabilidade e que exige importantes ações. “A Embrapa precisa desenvolver novas tecnologias para que usemos menos fertilizantes ou passemos a ter alternativas para isso. Vamos buscar a importação direta para acabar com o oligopólio que existe nesse setor”, enfatizou.

O Brasil tem uma jazida de potássio em Sergipe, com três depósitos, um em exploração pela mineradora Vale e outros dois que ainda aguardam incentivos. “Além disso, temos que verificar a possibilidade de encontrar potássio em localidades que vão desde o Recôncavo Baiano até o Espírito Santo”, explicou.

Outro local com possibilidade de exploração de potássio é Nova Olinda do Norte/AM. De acordo com o Stephanes, a Petrobras já explorou o local, com perfurações de até 1,1 mil metros de profundidade. “Uma empresa canadense chegou a dizer que lá está o terceiro maior depósito de potássio do mundo. Com isso, o Brasil perderia apenas para o Canadá e Rússia, que ocupam os primeiros lugares.”

Fosfato - Dez jazidas já estão sendo exploradas em Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Bahia e Sergipe. O País já identificou algumas jazidas que precisam ser lavradas em São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Ceará, Pará e Mato Grosso.

O Brasil importa 73% dos fertilizantes e produz 23% da sua demanda interna. Ao todo, o País importa 75% de nitrogênio, 51% de fósforo e 91% de potássio. Estados Unidos, China, Rússia, Tunísia e Marrocos são responsáveis por 73% do mercado de fosfatados. Em 2008, o mercado de fertilizantes movimentou US$ 15 bilhões.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Estelionato Político - Agora São Paulo já sabe que péssimo prefeito é o Kassab

Uma campanha eleitoral bem sucedida – dirigida por um dos maiores magos do marketing político, o apadrinhamento do governador José Serra e a conivência dos principais veículos de comunicação de São Paulo foram os ingredientes que levaram à vitória do prefeito Gilberto Kassab.

Uma novena de promessas foi rezada para os eleitores, em particular na área da Saúde. Kassab e seu marqueteiro maquiaram os números e deram lustre às AMAs (Assistência Médica Ambulatorial) para passar ao cidadão paulistano a falsa ideia de que estava em curso uma revolução na saúde da cidade.

Menos de 6 meses depois do resultado eleitoral, o povo de São Paulo já sabe que foi enganado. Nesta sexta-feira, O Estado de São Paulo divulgou uma apuração realizada pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo que revelou que 149.723 pessoas aguardavam, já em 2008, por consultas médicas com especialistas e realização de exames, entre outros procedimentos. Esse número só na região sul da capital, área em que vivem 2,4 milhões de pessoas. O tempo de espera verificado era de 3 a 90 dias, em média. Veja, como está explicito que Kassab maquiou os dados deliberadamente para não ser prejudicado no pleito eleitoral.

Os jornais – que se calaram e deixaram de divulgar os problemas da cidade para evitar que Marta Suplicy saísse vitoriosa – não puderam esconder por muito tempo o que de fato a prefeitura administrada por Kassab tem feito – cortar gastos sociais, interromper a construção de obras (creches, escolas, postos de saúde, hospitais) e rasgar despudoradamente suas promessas de campanha.

Como aponta a reportagem, esses dados são da própria Prefeitura, mas geralmente não são divulgados – claro, divulgar informações que prejudicariam o prefeito, para quê? A falta de compromisso com as questões da saúde e o atendimento da população é tanta que a prefeitura nem tem se dignado a enviar representantes para as reuniões realizadas pela Defensoria para debater o assunto.

O problema não se resume à região sul e, ciente disso, a Defensoria já está realizando o levantamento para as outras regiões da cidade e verificar quão fundo é o posso da falta de atendimento de saúde para a população.

Não é a primeira vez que a Saúde é carro chefe de campanhas. Também em 2004, o governador José Serra foi eleito com essa bandeira.



Para o especialista em ciências políticas Alberto Carlos Almeida, autor do livro "A Cabeça do Eleitor" (Editora Record) – que foi ouvido pela Folha pouco depois do primeiro turno, a dianteira do Kassab, já naquele momento, se deveu à uma acertada estratégia do candidato. "Durante a campanha inteira foi falado insistentemente sobre a questão da saúde. Em duas frentes: o que foi feito e o ainda pode ser feito", disse Almeida. Com isso, segundo o especialista, ele conseguiu se infiltrar entre a população de classe social baixa, crescendo sobre o eleitorado de Marta. Almeida lembrou que uma estratégia muito semelhante foi usada pelo governador José Serra (PSDB) em 2004, quando o tucano concorreu à Prefeitura de São Paulo contra a petista.

Diante de tanta omissão, enganação e impunidade – tanto desses partidos quanto da mídia conivente com métodos para lá de questionáveis para garantir a eleição de pessoas com base em falsas informações e promessas – o que fica é uma revolta e a sensação de impotência.

C/A